7.15.2009

São precisos limites...

Um estalo nunca é único, são como as formigas onde há uma existem sempre muitas mais.
Em pleno século XXI, com os Direitos Humanos mais divulgados do que nunca, ainda observamos constantes ataques físicos e psicológicos ao ser humano.
Violência Doméstica é um caso preocupante, que assola muitos lares de forma silenciosa durante anos a fio. Mulheres espancadas, torturadas diariamente, vítimas de insultos imperdoáveis, mulheres escravas que aguentam um sofrimento incompreensível mas que para muitas é banal num casamento.
Há anos atrás, a falta de informação, ignorância, educação e submissão infeliz das esposas em relação aos homens faziam da Violência Doméstica um acto que todas as mulheres tinham obrigação de sofrer. Elas eram objectos nas mãos dos maridos, tratadas como trapos velhos. Mas devido a uma sociedade que desvalorizava o papel da mulher, que a expulsava do mundo do trabalho e a atirava para dentro de quatros paredes onde tinham o dever de cozinhar, limpar, obedecer ao marido, ser espancada era igualado a um acto de amor.
O que antes era “normal” devido á mentalidade retrógrada do nosso país, hoje não é mais admissível. Mulheres são seres humanos que devem ser tratadas com dignidade, merecem respeito e amor. Muitos homens certamente se esquecem que durante nove meses foram criados no ventre de uma mulher. Não estou assumir qualquer tipo de opinião feminista, apenas constato um facto, como tal, refiro ainda, que actualmente existem estatísticas que demonstram claramente como homens são maltratados pelas suas esposas, e sim esses também merecem respeito como qualquer outra pessoa. O que ninguém pode negar é a diferença de força física entre um homem e uma mulher. Uma mulher mais do que frágil fisicamente torna-se frágil psicologicamente e é uma presa fácil para um homem sem escrúpulos que é dono de um porte físico mais poderoso do que uma simples mulher.
Mais assustador é saber que as mulheres toleram este tipo de comportamento. Justificam essa decisão por amarem o marido, para protegerem os filhos, para não serem descriminadas pela sociedade. É ridículo! Com certeza que os filhos não serão crianças saudáveis psicologicamente e o seu crescimento será afectado de forma drástica ao vivenciarem este cenário, não é eles verem a mãe ser espancada que os fará feliz, as crianças precisam de crescer num ambiente tranquilo onde a palavra agressão não passa disso mesmo, uma palavra.
É importante referir ainda que actualmente já existem casos de violência no namoro, no entanto, jovens desvalorizam tal atitude e continuam a relação como se tudo fosse normal. Talvez o amor seja cego mas não é insensível á dor. Não é por falta de apoios e informação que jovens se deixam subjugar às mãos de um criminoso. Há limite para tudo.
Chega a um ponto que de um cobarde, o agressor, passa haver dois, a vítima. A verdade é que as vítimas normalmente são pessoas de baixa auto-estima que se alimentam das promessas falsas de quem os agride, que acreditam que cada pedido de desculpas após um estalo é sincero, que sonham um dia virem a viver uma história de encantar num mundo que de mágico nada tem.
Quem ama não agride, quem se ama não vende seu corpo á agressão.

1 comentário:

  1. Mais um texto bem conseguido. Tens jeito para a comunicação. Os teus receios são, infelizmente, bem reais no contexto actual de (des)emprego (sou prova disso mesmo), mas desejo-te muita sorte porque tens talento.
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