6.06.2009

Consomes ou és consumido?

Crise económica ou crise de valores?

Hoje ama-se os objectos e ignora-se o ser humano. Penso que isto está perceptível a todos nós, mas a verdade é que mesmo assim a preocupação com o próximo não entra na nossa agenda. Andamos completamente ocupados com a nossa vida profissional, escolar e social, mal temos tempo para nós quanto mais para os outros. No entanto, encontramos sempre um tempinho paras as compras, dizem que é uma forma de aliviar o stress e a depressão, e toda a gente cai nessa desculpa.
Continuamente somos bombardeados com publicidade que anuncia os novos produtos no mercado, aqueles que milagrosamente vão melhorar a nossa qualidade de vida. Tudo é estudado ao pormenor de maneira a cativar a atenção do consumidor, são tomados em conta detalhes como a cor, a música (quando possível), a/o modelo, tipo e tamanho da letra, entre outros, já para não falar que nas próprias lojas existem mecanismos que atraem de forma inconsciente o cliente, como por exemplo, a própria textura do chão que é feita de forma a dar conforto ao cliente fazendo-o sentir-se bem no local o que o levará a consumir, a temperatura também entra neste jogo.
É inacreditável como a sociedade actual criou uma dependência extrema com os bens materiais, em especial com as novas tecnologias. É uma correria constante às “lojas da moda” para se comprar o artigo mais recente, e por isso mesmo, o mais caro.
Fala-se em desemprego, miséria, ou seja, CRISE. Mas tal conjuntura económica, nacional e internacional, parece passar completamente ao lado do povo português, não é por tal situação PÉSSIMA da nossa economia que os portugueses deixam de passar férias, sim, cada vez existe uma maior afluência nas agências de viagem para os países de custo mais elevado (coitadinhos, nós portugueses andamos tão estafados com toda esta situação económica que o melhor mesmo é fugir daqui por uns dias e gastar todo o nosso dinheiro, por pouco que seja noutro país. Somos solidários gostamos de partilhar a nossa riqueza por pouca que seja). Além disto, os restaurantes estão sempre cheios, centros comerciais abarrotar, estádios de futebol com lotação esgotada, senhores e senhoras donos de carros de alta cilindrada, entre outros caprichos.
Realmente estamos mal financeiramente, mas mesmo assim continuamos a gastar dinheiro em coisas desnecessárias, a pedir créditos e mais créditos. Hoje mesmo sem dinheiro as pessoas podem comprar, talvez seja este sistema vicioso que faça os consumidores acreditarem que a crise não é assim tão má como contam.
Bem, daqui por uns tempos declaram o consumismo como uma doença crónica, talvez aí eu tente perceber esta atitude da sociedade.

1 comentário:

  1. Vai a este site: www.martinlindstrom.com vais gostar.
    Já agora, faltou-te mencionar o odor, é um dos meios mais influenciais, que é utilizado em lojas e artigos, para não falar dos cheiros que se sentem quando se vai a um macdonalds, que ficam a saber, não é, na sua maioria, da comida...

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